António Carneiro (Amarante, 1872 – Porto, 1930), A Vida – Esperança, Amor, Saudade, 1899-1901, óleo sobre tela, painel central 238x140 cm, painéis laterias 209x111cm, Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão.
A Vida é um tríptico da autoria de António Carneiro, realizado entre 1899 e 1901. O artista nasceu em Amarante no ano de 1872, tendo falecido em 1930 no Porto. Foi pensionista particular em Paris, onde recolheu diversas influências do contexto artístico do «fin-de-siècle», acabando por se tornar num dos poucos simbolistas portugueses. Tendo em conta que o Simbolismo obteve pouca expressão no nosso país, a sua obra revela-se bastante importante e deve ser preservada.
Neste tríptico Carneiro representou um tema muito característico do Simbolismo. A obra apresenta-nos uma leitura simbólica da vida dividida em três fases, cada uma dominada por um sentimento diferente. Inicialmente, a Esperança representa um novo começo, culminando no Amor que a confirma e que descreve o caminho da vida, percorrido por um par amoroso. Este par caminhará até ao fim, onde a Saudade, suscitada pela morte, substituirá o Amor. Numa leitura mais imaginativa este amor dará frutos, originando outra geração que iniciará novamente o ciclo; a criança, presente no início e no fim, sustenta este mesmo pensamento. Desta forma, estamos perante a representação de um ciclo de «Nascimento, Vida e Morte» feito através de metáforas sentimentais que remetem para tais fases da vida.
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Por Patrícia Ferrari