Fonte: www.unesco.org
Por estes dias a comunidade patrimonial reflecte; o cidadão,
especialmente nas redes sociais, reage.
Em causa está o Convento de Cristo e os acontecimentos no Claustro
da Hospedaria. Sem conhecer pormenores, não nos parece aceitável o sucedido.
Património da Humanidade, o local materializa a história e memória colectiva
portuguesa e do Mundo.
O Património Cultural é um recurso a valorizar e rentabilizar.
Mas tem algumas especificidades, a mais relevante a sua não renovação: uma vez
destruído, não renasce. Interferindo na materialidade, interferimos na
integridade e colocamos em risco a sua existência.
Tal não significa que o Património é intocável ou deve cristalizar-se
em si mesmo. Mais depressa está condenado ao desaparecimento todo o monumento
que não pertença à “vida” das pessoas. Mas, confessemos, há limites! Se
queremos destruir não lhe deitemos fogo… transformemos em pousada, hotel, ou
qualquer coisa assim. É mais civilizado, e faz correr menos tinta…
Em Tomar não se rentabilizaram recursos; potenciou-se
destruição e dificultou-se a sua valorização. É certo que toda a gente fala no assunto
e se calhar o Convento até aumenta o número de visitantes. Mas é uma estratégia
com efeitos de curto prazo.
Imaginem o susto que os tomarenses apanharam quando viram
fogo no Convento!
Por Sofia Macedo